quarta-feira, 27 de maio de 2009

CHAPA ELEITA PARA A COORDENAÇÃO REGIONAL DA ENESSO


NOSSO SONHO NÃO FAZ SILÊNCIO!

Diante de um contexto social em que as saídas individuais são colocadas como únicas alternativas aos estudantes, o projeto de educação, historicamente defendido pelo Movimento Estudantil, encontra nesse modelo atual barreiras para que se torne realidade. Nesse sentido percebemos a necessidade real de articulação entre os estudantes de Serviço Social das diversas modalidades de ensino, pois através de lutas coletivas com projetos políticos claros é que avançaremos na conquista e na garantia da educação como um direito social.

Aqui, é importante ressaltar que a unidade que queremos se configura em torno de uma precarização comum, mas que leva em consideração as especificidades de cada modalidade de ensino (pública e privada, presencial e à distância), uma vez que, no ensino privado, as altas mensalidades dificultam o acesso e conclusão dos cursos, os estudantes encontram dificuldades de organização, sofrendo perseguições por parte das direções das universidades; que o ensino à distância encontra dificuldade na supervisão de estágio e na garantia da indissociabilidade do tripé ensino, pesquisa e extensão; que a universidade pública vem sofrendo, com os ataques governamentais (REUNI, Parcerias Público-privadas, Fundações Estatais de Direito Privado, etc.), a falta de verbas para a assistência estudantil, que é o que garante as condições de permanência na universidade.

É preciso que fique claro que o modelo de universidade que defendemos não se faz presente em nosso cotidiano, que quando defendemos a universidade pública, não estamos nos referindo aos moldes em que ela se encontra atualmente. Defendemos que todos e todas tenham acesso a uma educação garantida pelo Estado, que deve se responsabilizar não só pela pelo acesso, mas também, pela qualidade do ensino.

Por reconhecermos que na realidade em que vivemos, o ingresso na universidade pública não se configura uma possibilidade real para todos e todas é que reafirmamos a unidade dos estudantes, mas em uma perspectiva de uma organização necessária para se contrapor à precarização de nossa formação profissional verificada em nossas universidades, faculdades e pólos de ensino, ou seja, se contrapor aos processos de privatização e precarização em curso.

É nesse sentido, que a chapa “Nosso sonho não faz silêncio” se apresenta para o MESS como uma alternativa de enfrentamento aos processos de precarização do ensino superior.


Posições e Práticas Políticas:


- Contra a Reforma Universitária do Governo Lula
- Em defesa das Diretrizes Curriculares da ABEPSS

- Participação em todos os espaços de luta e articulação dos movimentos da classe trabalhadora
- Promoção de cursos de formação política, assembléias e fóruns de debate por região, estado e/ou escola para aproximar as discussões das salas de aula.
- Defesa do Plano Nacional de Educação e retirada de seus vetos.
- Que a ENESSO faça um chamado aos CAs, DAs e estudantes de Serviço Social a construir coletivamente o planejamento estratégico da executiva.

- Que a ENESSO impulsione a participe da organização do Congresso Nacional de Estudantes.
- Nenhum centavo a menos para a educação! Pela garantia de 10% do PIB para a educação.
- Contra o aumento abusivo de mensalidades.
- Pela livre organização dos estudantes nas escolas privadas. Pelo fim do CINEB.
- Não à restrição do direito à meia-entrada (PL 4.571/2008). Não ao monopólio das carteirinhas da UNE.



Propostas:


- Elaboração de um informativo periódico da Executiva.
- Estimular a criação de Centros Acadêmicos nas escolas de Ead.
- Ciclo de debates com o ensino a distância com vistas a debater a expansão observada em curso do Ensino Superior.
- Promover lutas para ampliação de vagas nas Universidades Públicas
- Lutar para criação de cursos de Serviço Social nas Universidades Federais onde não existam, com garantia de qualidade.
- Criação de secretários por escola com fins a descentralizar as atividades da executiva.
- Proporcionar maior articulação com os Movimentos Sociais.
- Potencializar a garantia de uma Coordenação Nacional da ENESSO.
- Elaboração de um calendário de lutas.
- Articulação com as entidades representativas da categoria (CFESS/CRESS, ABEPSS, ENESSO).
- Deliberar nos CORESS e CONESS uma Comissão Organizadora para auxiliar a construção de cada evento (ERESS, Seminários Nacionais e Regionais).
- Realização de visitas às escolas de nossa região realizando debates, oficinas e afins.
- Debater uma reformulação na estrutura do Encontro Regional de Estudantes de Serviço Social, criando grupos de discussão com uma plenária final deliberativa.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Professor da USP faz palestra na UFPB

“Marx e a Condição Humana” é o título da palestra que será proferida pelo professor emérito da Universidade de São Paulo, Francisco Maria Cavalcanti de Oliveira, nesta sexta-feira (29), às 9h, no auditório 411 do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), campus I da Universidade Federal da Paraíba.
O professor Francisco de Oliveira vem a João Pessoa a convite do CCHLA e do Setor de Estudos em Cidadania e Teoria Social do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social (PPGSS).
No começo deste mês o filósofo Antonio Cícero também esteve no CCHLA para falar sobre o “Conceito de Natureza Humana”. Com Francisco de Oliveira o tema das mutações do humano continua na ordem do dia. Em sua palestra, ele fará uma reflexão de como fazer valer a proposta do socialismo e do comunismo.
O professor emérito da USP é autor de uma obra teórica fundamental para compreensão do Brasil contemporâneo, com títulos clássicos e uma vasta produção bibliográfica na qual se destacam, entre outros, livros como: “Crítica da Razão Dualista/O Ornitorrinco” e “Elegia para uma (Re)Religião/Noiva da Revolução”.
Francisco de Oliveira tem graduação em Ciências Sociais pela Universidade do Recife (hoje UFPE) e pós-graduação pela USP; foi vice-presidente da Sudene ao lado do economista Celso Furtado, além de atuar no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Outras informações pelo telefone: (83) 3216.7330

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Políticas Afirmativas e Quotas: construção histórica do direito à igualdade substantiva


Rosa Maria Godoy Silveira


Uma das questões mais polêmicas no atual Sistema Educacional brasileiro diz respeito às políticas afirmativas, e, nesse âmbito, em específico, às quotas para negros no Ensino Superior.


Muitas Universidades progressistas e baluartes do conhecimento no país se embaralham e se embaraçam quanto a uma atitude ou postura em relação ao assunto. Muitos ditos intelectuais se furtam a um posicionamento, nem que seja em opinião contrária às políticas afirmativas e às quotas. Ficar em cima do muro é muito confortável: o conhecimento pairando no Olimpo, imune a fatos terrenos , resguardando-se. Ora, o Olimpo nunca foi lugar da paz dos cemitérios e muita paixão rolava entre os deuses, as deusas e os pobres mortais. A Universidade pública, instituição em que, por definição, deveria grassar o espírito crítico, a polêmica, o debate, a concordância, a discordância, por (supostamente) constituir-se uma representação da sociedade , contudo, pela tradição histórica brasileira de continuar sendo uma instituição de privilégio , reage de forma paquidérmica, sem muita sensibilidade para os problemas da sociedade abrangente.


PARA LER O TEXTO COMPLETO CLIQUE NESSE LINK:

NOVA DIRETORIA EXECUTIVA DA ADUFPB TOMA POSSE DIA 29

Será no dia 29 de maio a posse da nova Diretoria Executiva da ADUFPB. Pela manhã, às 9h, será realizado um culto ecumênico no Centro de Vivência do Campus I, em João Pessoa. Mais tarde, a partir das 20h, acontecerá a cerimônia de posse, na Sede Sociocultural da entidade, localizada no bairro do Cabo Branco. Logo após, será servido um coquetel e terá início a apresentação musical da noite, o conjunto de metais Sexteto Brassil.

O grupo é composto pelos músicos Ayrton Benck, Cisneiro Andrade, Gláucio Xavier, Glauco Andreza, Radegundis Feitosa e Valmir Vieira. Durante o evento na ADUFPB, eles vão tocar samba, bossa nova, MPB e composições da tradição do musical norte-americano.

Com 69% dos votos válidos (votos totais menos brancos e nulos), a chapa ADUF Paratodos venceu as eleições do Sindicato no último dia 6 de maio. A votação foi realizada nos campi de João Pessoa, Bananeiras e Areia. Os filiados do Litoral Norte votaram nas urnas da capital. Foram apurados 970 votos, sendo 643 favoráveis à chapa ADUF Paratodos e 283 à Novos Rumos. Registraram-se, ainda, 20 votos em branco (2,06%) e 24 nulos (2,47%).

Graças a dois telões instalados no Centro de Vivência do Campus 1, os professores e professoras puderam acompanhar a apuração simultaneamente, na medida em que as mesas divulgavam os resultados parciais. O maior número de votantes foi registrado no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), com 219 participações, das quais 143 foram favoráveis à chapa ADUF Paratodos e 64 à Novos Rumos









Conheça os integrantes
Chapa 1 – ADUF PARATODOS
Presidente: Jaldes Reis de Meneses (História – CCHLA)
Vice-Presidente: Heleodório Honorato dos Santos (Fisioterapia – CCS)
Secretária-Geral: Terezinha Diniz (Aposentada – CE)
Tesoureira: Maria das Graças Nóbrega de Almeida (Contabilidade – CCSA)
Diretor de Polít. Educacional e Científica: Antonio Luiz de A. Gomes (Tecnologia Química – CT)
Diretoria de Política Social: Mariza de Oliveira Pinheiro (1º e 2º Graus – Creche CE)
Diretora Cultural: Simone Elizabeth Duarte Coutinho (Enfermagem – CCS)
Diretor de Política Sindical: João Francisco da Silva (Direito – CCJ)
Diretora de Comunicação: Marizete Fernandes de Lima (Fundamentos da Educação – CE)
Diretoria de Assuntos de Aposentadoria: Liney Carneiro Benevides (Aposentada – CT)
Secretaria Adjunta (Campus Areia): Amaro Pedrosa (Zootecnia – CCA)
Secretaria Adjunta (C. de Bananeiras): Cláudio Germano dos Santos Oliveira (DCSA – CFT)
Suplente de Secretaria: José de Queiroz Caluete (Química – CCEN)
Suplente de Tesouraria: Clodoaldo da Silveira Costa (Promoção da Saúde – CCM)

domingo, 17 de maio de 2009

"Que os banqueiros capitalistas paguem o custo da crise!"

Carta aberta da Conlutas aos trabalhadores, à juventudee a todas as suas organizações

Vivemos um momento de grande incerteza em todo o mundo. Estamos diante de uma crise da economia capitalista de dimensão histórica com conseqüências profundas para os trabalhadores e povos de todo o mundo. Não é uma crise apenas do mercado financeiro. Trata-se de uma crise clássica do capitalismo, originada pela diminuição da taxa de lucros dos grandes monopólios. Para revertê-la o capital vai destruir forças produtivas, fechar fábricas, promover o desemprego de milhões, elevando ainda mais o patamar de miséria e a violência que este sistema já impõe aos trabalhadores. A crise vai expor, de forma inconteste, toda a incapacidade da sociedade capitalista em atender as necessidades dos seres humanos. Mais do que nunca se reafirma a atualidade do socialismo. O cinismo que caracteriza o funcionamento do sistema capitalista se expõe com toda clareza:Ao primeiro sinal de perigo para os bancos e grandes empresas, governos dos países centrais gastam, em poucas semanas, cerca de 4 trilhões de dólares de recursos públicos para socorrer algumas dezenas de banqueiros e grandes empresários. Pergunta inevitável: onde estavam todos estes recursos antes? Porque não foram usados para socorrer cerca de 3 bilhões de pessoas que, de acordo com a própria ONU sofrem com a fome e outras necessidades básicas, no mundo? Pessoas que não tem comida, moradia, água potável, acesso a serviços de saúde, educação...Por quê? A resposta é muito simples: capitalismo não é uma sociedade que se organiza para atender as necessidades dos seres humanos que nela vivem. Ela se organiza para garantir o lucro dos proprietários que vivem nesta sociedade. E isto deve ser feito a qualquer custo, incluindo aí o exercício permanente de uma exploração selvagem sobre a grande maioria dos habitantes do planeta, os trabalhadores. Os recursos naturais existentes em cada país, a riqueza social produzida pelo trabalho humano de bilhões de pessoas, nada disso é canalizado para atender as necessidades básicas das pessoas, assegurar vida digna para todos. Tudo é canalizado para aumentar o lucro e o capital dos banqueiros, grandes empresários da cidade e do campo, ou seja, para os capitalistas.
E a história já nos ensinou que o capitalismo, para sair de crises como a atual, precisa elevar a um patamar ainda superior o grau de exploração e barbárie que pratica contra os trabalhadores. Para isso conta com os governos, sempre submissos aos interesses do capital, e com o Estado que só protege o interesse dos poderosos nesta sociedade em que vivemos. Nosso país não é exceção nessa regra. As primeiras medidas adotadas pelo governo Lula demonstram claramente isso. Já foram mais de 160 bilhões de reais para socorrer os banqueiros e grandes empresas. Recursos que o governo alegava não existir quando se tratava de impulsionar a reforma agrária, construir moradias populares, investir nos serviços públicos de saúde, educação, ou seja, para socorrer os trabalhadores.
Estamos, então, frente à ameaça concreta de mais desemprego, para muitos milhões de trabalhadores; redução do valor real dos salários e aposentadorias; destruição dos serviços públicos; eliminação de direitos sociais e trabalhistas; abandono ainda maior da legião de deserdados que hoje vivem como podem na periferia dos grandes centros urbanos, etc. Tudo isso para que os patrões possam sair da crise, aumentando de novo sua taxa de lucro.
As férias coletivas concedidas por dezenas de empresas nos últimos dias, a redução da produção e dos planos e de investimentos anunciados pelo setor automobilístico, pela Vale, pelo setor de celulose, etc, indicam claramente o que está por vir.

SÓ A LUTA PODE EVITAR QUE OS TRABALHADORES PAGUEM PELA CRISE

É justamente a gravidade do momento que exige dos trabalhadores brasileiros e de suas organizações, da juventude e de todo o povo pobre, a preparação de nossas forças para uma verdadeira guerra. Uma guerra para que sejam aqueles que geraram esta crise, com a sua ganância por lucros cada vez maiores, que agora arquem com as conseqüências. Uma guerra para proteger os trabalhadores da barbárie capitalista e para fazer valer os direitos e interesses dos trabalhadores, daqueles que constroem toda a riqueza existente com o suor do seu trabalho.
Nós podemos, se nos unirmos e lutarmos, impedir que os patrões elevem ainda mais o grau de pobreza, miséria e violência contra a classe trabalhadora. A nossa luta pode construir uma outra saída para esta crise; uma saída onde não só possamos impedir uma maior degradação de nossas condições de vida, mas onde possamos também avançar na superação do próprio capitalismo. Esta guerra só terá fim quando forem destruídas as bases desta sociedade lastreada na propriedade privada, e construirmos uma sociedade socialista, onde não exista mais a exploração do homem pelo homem.

UM PROGRAMA PARA A NOSSA LUTA
Os patrões e o governo Lula tomam medidas para que sejamos nós, os trabalhadores, a pagarmos o preço desta crise. Nós apresentamos outra saída, uma saída dos trabalhadores, para que sejam os ricos, os grandes capitalistas os que arquem com as conseqüências de sua ganância. Uma saída que defenda os interesses dos trabalhadores contra os patrões e que defenda também os interesses do nosso país frente ao imperialismo. Que evite o aprofundamento da exploração e da barbárie, e que seja parte da defesa de uma nova sociedade, socialista.
Este é o sentido do programa que apresentamos, conclamando os trabalhadores à luta para torná-lo realidade, enfrentando os patrões e cobrando do governo Lula a adoção das medidas aqui propostas:

OS BANQUEIROS E EMPRESÁRIOS DEVEM ARCAR COM O CUSTO DE SUA GANANCIA

- Nenhuma ajuda para banqueiros e especuladores;- Estatização sem indenização, e sob controle dos trabalhadores, de todo o sistema financeiro;- Estabelecimento de controle de capitais pelo Banco Central, para impedir a fuga de recursos do país. Proibição de remessa de lucros pelas multinacionais;- Não pagamento das dívidas externa e interna;

OS TRABALHADORES NÃO DEVEM PAGAR PELA CRISE

- Estabilidade no emprego; Estatização, sem indenização, das empresas que promoverem demissões ou que encerrarem suas atividades; Os trabalhadores devem ocupar as fábricas e empresas que fecharem ou demitirem em massa;- Redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e de direitos;- Aumento geral do valor dos salários e aposentadorias; Reajuste automático conforme variação inflacionária;- Salário igual para trabalho igual; Fim da discriminação contra mulheres e negros nos locais de trabalho; Salário mínimo do DIEESE;- Não ao corte de verbas das áreas sociais; Manutenção e ampliação dos direitos sociais e trabalhistas; Contra a reforma da Previdência e Trabalhista; Contra as Fundações Estatais (privatização da saúde e da educação);- Plano de obras públicas (moradias populares, escolas, hospitais, saneamento, etc) financiadas com recursos que eram usados para pagamento das dívidas externa e interna, para melhorar a vida das pessoas e gerar empregos;- Reforma agrária sob controle dos trabalhadores do campo.

UM CHAMADO À UNIDADE PARA A LUTA

Frente a um desafio desta envergadura é mais que necessário unirmos todas as forças da classe trabalhadora para a luta. O agravamento da crise deve fazer surgir, mais uma vez, vozes propondo alguma forma de pacto social entre trabalhadores, patrões e governos (câmaras setoriais e outros). Tentarão convencer os trabalhadores de que “todos devemos fazer sacrifício para superar a crise”. Na verdade, este discurso serve para tentar justificar os ataques que patrões e governos tentarão promover contra nossos direitos. Devemos rechaçar qualquer pacto com os patrões e o governo. A unidade que precisamos é a unidade dos trabalhadores para lutar contra os feitos da crise econômica e contra a política dos patrões e do governo.
Chamamos as organizações da esquerda que estão no campo da luta dos trabalhadores – a Intersindical, o MTST, a CNESF, a Conlute, a Frente de Luta Contra a Reforma Universitária, etc - a construirmos uma sólida unidade para a luta em defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores frente à crise; contra as empresas, os bancos e contra o governo Lula, seu fiel escudeiro. Podemos e devemos construir uma plataforma comum para esta unidade. O programa que está colocado acima é uma contribuição, sem ser condição, para a construção desta plataforma.
Chamamos o MST, com a importância que tem como movimento social para todo o país, a romper de vez com os laços que ainda o ligam a este governo para somar-se plenamente à luta, não só pela reforma agrária, mas também em defesa das bandeiras comuns a toda a classe trabalhadora. Chamamos também a CUT, que neste momento soma-se ao governo para dizer que não há crise, a CTB, a Força Sindical, a UNE, a que rompam com o governo e venham construir a unidade em defesa dos interesses imediatos dos trabalhadores e da juventude contra os efeitos da crise econômica. Construamos em comum uma plataforma unitária e somemos nossas forças na luta.
Esta é a necessidade da classe trabalhadora neste momento grave em que vivemos. É, portanto, esta uma obrigação a que nenhuma organização representativa dos trabalhadores e da juventude pode fugir.

Coordenação Nacional da Conlutas

sábado, 16 de maio de 2009

Pelo fim da criminalização das mulheres!



Contraceptivos para não engravidar, aborto legal para não morrer.

A cada ano, cerca de um milhão de mulheres, ricas e pobres, fazem aborto. Dessas, apenas as ricas estão livres de qualquer perigo para a saúde, porque fazem em clínicas caras. As mulheres pobres estão expostas a graves perigos nas clínicas clandestinas e com a utilização de métodos caseiros. A mortalidade materna no Brasil é cinco vezes maior do que a Organização Mundial de Saúde considera razoável para países em desenvolvimento e o aborto aparece como a terceira causa de morte de mulheres, ocorrendo, principalmente, entre adolescentes de 15 a 19 anos.

Essa situação dramática só ocorre porque a prática do aborto é condenada no Brasil. Apenas em dois casos o aborto é legal: se a vida da gestante está em perigo ou se a gravidez resultou de estupro. Sequer o aborto de fetos anencéfalos que vem sendo discutido pelo STF, é atualmente permitido.

O aborto é um negócio bastante lucrativo no Brasil,e se for legalizado, afetará as clínicas clandestinas, que faturam milhões de dólares e fazem lobby no Congresso para impedir a legalização do aborto. O aborto já foi legalizado em vários países. Os casos mais recentes foram na Cidade do México e em Portugal.

No Brasil, a direita reacionária junto com setores do PT mantêm sua campanha pela criminalização impondo a morte de milhares de mulheres. O governo Lula nada faz pela legalização do aborto, pois sua prioridade é pagar os juros da dívida externa, ao invés de priorizar a saúde de trabalhadores e trabalhadoras, enviando ainda mais dinheiro retirado do trabalho de cada um de nós às empresas, aos banqueiros e aos cofres do FMI, como foi recentemente anunciado.

Não à CPI do aborto e a criminalização das mulheres

Para piorar a situação, parlamentares da direita tradicional e do PT tiveram a iniciativa de instalar uma CPI contra o aborto no Brasil, como mais uma forma de buscar incriminar as mulheres.

A iniciativa foi de Luiz Bassuma do PT, que com o apoio de uma bancada de parlamentares da Frente Parlamentar em defesa da vida e contra o aborto (PT, PTB, PHS, PSDB,DEM conta com 220 parlamentares), solicitou a instalação dessa CPI que foi autorizada pelo deputado Arlindo Chináglia PT, no final de 2008.
De forma hipócrita e cruel esses parlamentares querem jogar na fogueira, como bons herdeiros das tradições medievais, as mulheres pobres brasileiras que fizeram aborto, culpabilizando e criminalizando as maiores vítimas pelo simples fato de serem pobres e terem optado por não terem uma gravidez indesejada. E para tanto, se apóiam na ideologia e moral mais reacionárias da igreja, cujo exemplo mais recente foi a atitude do Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, que excomungou a família e a equipe médica que salvou a vida de uma menina de nove anos, grávida de gêmeos que havia sido estuprada por seu padrasto, alegando o aborto era pior que o crime de estupro.

Direito à maternidade e à legalização do aborto

O direito à maternidade é um argumento muito utilizado pelos defensores da criminalização. Contudo, quem de fato nega o direito à maternidade às mulheres trabalhadoras hoje é o Estado, que não garante as mínimas condições necessárias para as mulheres que querem ter filhos, como emprego, salário igual para trabalho igual, moradia, creches, licença maternidade de no mínimo seis meses obrigatória, assistência médica e educação de qualidade.

É esse mesmo Estado que se coloca no direito de criminalizar as mulheres que optam por interromper a gravidez, de forma hipócrita e cruel.

Exemplo recente e brutal da hipocrisia e da crueldade estatal podemos ver no Mato Grosso do Sul, onde existem quase 10.000 mulheres acusadas pelo crime de aborto, devendo responder a processo criminal.

No estado de São Paulo várias prefeituras impedem a distribuição da pílula do dia seguinte com argumentos morais e religiosos. Por isso, é preciso exigir do Governo Serra que todas as prefeituras do estado garantam a distribuição dos métodos contraceptivos e da pílula do dia seguinte.

Precisamos exigir do governo Lula que amplie o aborto legal para todos os casos, com acesso amplo e público a todos os métodos anticoncepcionais. E que amplie imediatamente o número de hospitais que praticam o aborto legal hoje.


Em defesa da vida das mulheres!

Essa é uma luta de todos os homens e mulheres trabalhadoras.

GT de Mulheres - Conlutas

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Desafios à Formação Profissional em tempos de crise mundial

Desafios à Formação Profissional em tempos de crise mundial- a ABEPSS nas atividades comemorativas de 15 de maio de 2009
Introdução

Estamos diante de mais um 15 de maio, mas este ano de 2009 está temperado por dois eventos de natureza diferente. O primeiro é que comemoramos a maturidade do que chamamos nos anos 90 de projeto ético-político profissional: os 30 anos da Virada, quando estabelecemos coletivamente novos compromissos na sociedade brasileira – com os interesses dos trabalhadores. Esses compromissos se desdobraram na luta pelos direitos, pelas políticas sociais para viabilizá-los – a exemplo da política de educação e da seguridade social - pela democratização radical da sociedade brasileira. Assim, essa categoria configurou um campo de alianças diferenciado e que nos manteve na contra-corrente do neoliberalismo em todos os seus matizes. No caso da ABEPSS, essa virada se traduziu nos projetos de currículo de 1982 e depois nas Diretrizes Curriculares de 1996, no fortalecimento da pesquisa e da pós-graduação, na resistência às orientações do capital para a educação superior brasileira. A ABEPSS gostaria de saudar os profissionais, professores e estudantes de serviço social neste dia e neste ano especial.
O outro evento que marca esse período é a mais profunda crise do capitalismo desde sua entrada num longo ciclo de estagnação, representando mais desemprego, concentração de riqueza e barbarização da vida social. Nesse sentido, nos somamos à chamada do Conjunto CFESS/CRESS pela socialização da riqueza. A crise do capital expõe suas entranhas e o sentido das saídas desse processo está em disputa. As comemorações do dia primeiro de maio foram sintomáticas do ambiente geral, inclusive com manifestações políticas importantes no Brasil, apesar do boicote da mídia que se limitou a mostrar a festa adesista da Força Sindical e a estratégia descentralizada e despolitizada da CUT. Fora do Brasil, a França realizou a primeira manifestação unificada dos trabalhadores em anos, e houve enfrentamentos importantes na Alemanha e na Turquia, o que nos mostra a dimensão da crise e a importância dessa disputa.
Da parte da ABEPSS, nossa entidade científica e político-profissional, queremos fazer o melhor em nosso terreno de lutas: a formação profissional nos níveis de graduação e pós-graduação. Nesse sentido, temos uma agenda de lutas e de trabalho que pode ser conhecida no recém lançado blog da ABEPSS, mas da qual queremos destacar algumas iniciativas já em curso. Estamos lançando neste 15 de maio o documento base que dará origem à Política Nacional de Estágio. O objetivo é discutir com as unidades de formação acadêmicas públicas e privadas os dilemas do estágio supervisionado no contexto das novas regulamentações do Congresso Nacional e do CFESS, constituindo mais uma orientação para barrar a expansão da desqualificação da formação, seja ela presencial, mas, sobretudo à distância.
A diretoria da ABEPSS está preparando também um documento para debate na pós-graduação, tendo em vista seu fortalecimento como entidade científica que articula e estimula a pesquisa na área. Essa movimentação precisa ser intensificada, ademais, pelo quadro de questionamentos à área de Serviço Social, registrado por parte das agências de fomento à pesquisa (CAPES e CNPq). Dentro de critérios cada vez mais produtivistas e voltados às ciências naturais/exatas, desde a gestão passada da ABEPSS os nossos representantes de área nestes espaços vêm enfrentando questionamentos em torno de qual seria a natureza da produção do Serviço Social o que, em tempos de retrocessos “contra-reformistas”, deve nos deixar em alerta dado o reconhecimento, relativamente recente, do Serviço Social como área de conhecimento pelas agências de fomento à pesquisa. Nesse sentido, serão constituídos os GTs temáticos na ABEPSS, como acontece em algumas associações científicas, buscando dar visibilidade e unidade orgânica aos grupos e redes de pesquisa existentes na área de Serviço Social. Em breve esse documento virá a público. Outra política de fortalecimento da área é dinamizar, qualificar e indexar o seu conjunto de periódicos, o que implica um esforço da ABEPSS, já em andamento, em articulação com os representantes da área nas agências, e, principalmente, junto aos coordenadores de pós-graduação. Isso, obviamente, inclui a revista Temporalis como um meio nacional importante de debate e difusão da produção científica da área. Entendemos que a ABEPSS como entidade acadêmico-científica tem um papel importante nesse processo de construção de estratégias coletivas para lidar com esse quadro de desafios à pesquisa e pós-graduação.
Há, ainda, o Plano de Lutas contra a Precarização do Ensino Superior e em defesa da Qualidade do Trabalho e da Formação Profissionais, unificado com o CFESS, que pode ser conhecido no blog da ABEPSS ou na página do CFESS, onde estão previstas várias iniciativas políticas de resistência. Como a resistência é também internacional, estamos fortalecendo a ALAEITS e fazendo um chamado para a presença brasileira no Seminário Latino Americano de Trabalho Social, em Guayaquil, no início de outubro de 2009, além de uma política de relações internacionais visando estimular o intercâmbio e socializar informações.


Os Significados Estruturais da Contra-Reforma do Ensino Superior[1]

A defesa da formação profissional ,sem dúvida, é uma das principais frentes de luta do serviço social brasileiro nesse momento histórico e é fundamental apreender o significado da expansão desmesurada do ensino superior sem qualidade, em geral com fins lucrativos e à distância, ainda que não exclusivamente. Os dados são amplamente conhecidos por todas(os) nós, e estão publicados no último livro de Marilda Iamamoto (2007) e na tese de Larissa Dahmer (2007), bastando dizer que seis instituições de EAD (uma pública e cinco privadas) são responsáveis pela oferta de 27.156 vagas em 202 Instituições que implementam os cursos. Nesse ritmo de crescimento, o número de profissionais poderá dobrar em 10 anos, processo que deveremos acompanhar de perto, já que o ritmo da produção de graduandos não implica necessariamente em entrada no mercado de trabalho e inscrição no CRESS.
Mas o que deve nos chamar atenção aqui não são apenas os números. A primeira campanha que dá origem à política de comunicação do Conjunto CFESS/CRESS tinha o mote: “O Brasil Precisa de Serviço Social”. Um país com a magnitude da desigualdade, da exploração, da discriminação que temos precisa de muitos assistentes sociais: 83 mil são insuficientes. Nós queremos mais direitos, mais serviços para assegurá-los, mais concursos públicos. A França mobiliza cerca de 600 mil trabalhadores sociais, dentre os quais os assistentes sociais. A nossa questão é a produção massificada e com conteúdos banalizados, é a qualidade do ensino que está sendo oferecido, que não assegura o perfil das diretrizes curriculares, não garante o serviço social que o Brasil precisa.
Ao lado do EAD, crescem os cursos privados, que muitas vezes são de baixa qualidade, em que pese os esforços de jovens e comprometidos docentes, em função das condições de trabalho: contrato horista, ausência de pesquisa e extensão, turmas enormes, estágios que não asseguram supervisão acadêmica e de campo articuladas. Quanto à graduação à distância, sabemos que realiza no máximo adestramento, mas jamais formação profissional digna deste nome, como tem denunciado a ABEPSS, o CFESS e a ENESSO em suas notas públicas. Vale lembrar ainda que as medidas desencadeadas pela aprovação da LDB - exame nacional de curso, mestrados profissionalizantes, substituição dos currículos mínimos por diretrizes curriculares, cursos seqüenciais, ensino à distância em todos os níveis - seguem orientações dos organismos internacionais, no sentido da privatização das políticas sociais, de favorecimento da expansão dos serviços privados, de diversificação e massificação do ensino, e de reconfiguração das profissões, como vem chamando atenção Roberto Leher e vários textos do ANDES-SN. Assim, o significado estrutural da contra-reforma do ensino superior pode ser sintetizado por meio de alguns eixos:

- A expansão do ensino superior privado ligeiro presencial ou à distância, com o suporte na LDB e forte apoio institucional do Ministério da Educação, de FHC a Lula, ocorre para configurar nichos de valorização do capital médio, num período em que o capitalismo promove uma intensa oligopolização do capital, com tendências de concentração e fusão de capitais, e dificuldades de investimento produtivo e de valorização. Constitui ainda uma via de acesso ao fundo público e ao crédito, a exemplo da recente discussão acerca do apoio do BNDES a essas instituições, na perspectiva da valorização e do suporte ao lucro privado fácil e rápido, tendência esta que vem crescendo no contexto da crise. Vale nesse momento lembrar Marx em duas passagens de O Capital. Quando nos dirigimos ao Ministério da Educação para cobrar fiscalização e ensino de qualidade a resposta carregada de ironia foi a de que representamos as forças do atraso, quase ludistas que querem quebrar as máquinas, como nos séculos XVIII e XIX. Como os burgueses do século XIX se dirigiam aos trabalhadores quando denunciavam a maquinaria como instrumento de subsunção e exploração do trabalho pelo capital tendo em vista a valorização. Diz Marx: “Quem, portanto, revela o que realmente ocorre com a utilização capitalista da maquinaria simplesmente não quer sua utilização, é um adversário do progresso social!” (Marx, 1984: 57). Na verdade estamos denunciando o uso da tecnologia para a padronização, empobrecimento e banalização da formação, além de meio de valorização do capital transformando a educação em mercadoria. E sobre a educação, continua nosso clássico: “(...) um mestre-escola é um trabalhador produtivo se ele apenas não trabalha a cabeça das crianças, mas extenua a si mesmo para enriquecer o empresário. O fato de que este último tenha investido seu capital numa fábrica de ensinar, em vez de numa fábrica de salsichas, não altera nada na relação” (Marx, 1984: 106). Nada mais atual: a introdução de tecnologia capital intensiva para o adestramento em grande escala e baixo custo – nesse caso os tutores e congêneres são super- explorados -, em curto espaço de tempo, produzindo valor.
O conceito de supercapitalização em Mandel, que significa espraiar relações capitalistas de produção em esferas a rigor não mercantis, complementa esse raciocínio (que ademais vale para a previdência, a saúde, etc). O ímpeto do capital é valorizar-se sempre e a qualquer custo: do desperdício, da destruição do meio ambiente e no caso da contra-reforma do ensino superior, da qualidade discutível e o aligeiramento. E nesse período de intenso metabolismo destrutivo – no qual se esgota qualquer papel civilizatório do capitalismo, a supercapitalização, como mercantilização universal é uma tendência avassaladora. A reação burguesa à crise do capital dos anos 70 se funda na supercapitalização, sendo uma de suas dimensões a contra-reforma do Estado, na forma das privatizações. Esse é o significado mais profundo da EAD e da contra-reforma do ensino superior. Mas há mais elementos.

- A descoberta do curso de serviço social como nicho de valorização relaciona-se a uma demanda do mercado de trabalho, no formato que adquire o enfrentamento das expressões da questão social pelo Estado e as classes no neoliberalismo. Trata-se de produzir um adestramento para as requisições de mensuração e gestão/controle dos pobres, num contexto já antecipado por Ana Elisabete Mota, Carmelita Yasbek em textos dos anos 90 e mais recentemente por José Paulo Netto e Mavi Rodrigues, a exemplo do último CBAS, de assistencialização da política social brasileira, de acordo com uma concepção de assistência que não é a nossa. Nesse contexto, não se requisita o perfil das diretrizes curriculares, crítico, articulador político-profissional dos sujeitos, preocupado com os direitos e a cidadania, pesquisador que vai além das aparências dos fenômenos, profissional preocupado com a coletivização das demandas, com a mobilização social e a educação popular. Ao contrário, o que se requisita é um profissional à imagem e semelhança da política social focalizada e minimalista de gestão da pobreza e não do seu combate, politização e erradicação. Daí que é desnecessário o tripé ensino, pesquisa e extensão: nossa matéria vida, tão fina, é tratada com a velha indiferença do mercado. A resposta vem na forma do adestramento em torno de conteúdos fragmentados, parciais e medíocres. Nada de livros, mas apostilas! Nada da discussão e riqueza da sala de aula, mas a relação individual e virtual com um tutor distante e que orienta muitos alunos, ou seja, é super explorado. Empobrecimento e mediocridade em quantidade, com a ilusão de que está se promovendo o acesso ao ensino superior. Isso nos leva ao próximo eixo.

-A expansão desse tipo de ensino corresponde a uma estratégia política de legitimação porque se dá em nome da democratização do acesso ao ensino superior como forma de chegar ao emprego, o que tem um forte poder de mobilização da sociedade brasileira, que está entre as mais desiguais do planeta em todos os acessos, historicamente. A maior perversidade desse projeto é essa: estamos produzindo um exército de reserva de trabalhadores de formação superior limitada e que mal tem condições de competir no mercado de trabalho, como mostram os processos de seleção pública e concursos, mas que caem no canto de sereia do acesso, que na verdade é a forma do governo brasileiro corresponder aos parâmetros internacionais de competitividade e atratividade, no contexto da mundialização, no mesmo passo em que reproduz seu projeto político;

- Essa expansão tem conexão com as linhas mestras do projeto de “crescimento econômico” brasileiro, conforme as escolhas que tem sido feitas a partir da implementação do projeto neoliberal no Brasil, que traz em si o retorno às “vocações naturais”, numa reprimarização da economia brasileira, a exemplo do agronegócio, especialmente biocombustíveis e etanol. Essa hipótese, levantada por Marilda Iamamoto em alguns debates, merece ser mais explorada, mas parece claro que o ensino à distância tem ganhado mais corpo no interior e em fronteiras de expansão dessa política. Nesse sentido, acirram-se as expressões da questão social e aumenta a demanda por assistentes sociais, mas com o perfil rebaixado e acrítico. A conexão também se faz com a contra-reforma do Estado e o redimensionamento das políticas sociais, como sinalizamos acima, na perspectiva do Estado mínimo para os trabalhadores e o Estado máximo para dar suporte a essas tendências de inserção e adaptação ao mercado mundial.
Aí estão os vetores estruturais e políticos que pressionam pela expansão do ensino superior privado ligeiro – e pelas investidas também junto ao setor público como o REUNI. Não é a primeira vez que acontecem mudanças estruturais no Brasil e que requisitam um novo perfil do ensino superior. A ditadura, com sua modernização conservadora, criou a universidade tecnocrática, buscando adaptá-la às requisições do milagre brasileiro, de força de trabalho qualificada em determinados níveis e calar as camadas médias urbanas que queriam mais vagas no ensino superior. Esse processo prenhe de contradições inverteu a relação entre ensino público e privado no Brasil – ou seja, a saída naquele momento também foi a privatização. Mas a universidade tecnocrática pública, ainda que tenha sido fragmentada, comportou o crescimento da pesquisa, e no processo de redemocratização e ascensão dos movimentos sociais foi possível democratizá-la e constituir espaços de resistência à “idiotia dos peritos”, tão denunciada pelos estudantes franceses em 68 que reivindicavam a totalidade e a criatividade. O serviço social se inseriu e se construiu na universidade brasileira como um desses espaços de resistência ao longo dos anos 70, apesar do ambiente hostil da ditadura, e sobretudo, a partir de 1979, ano da virada.
Isso mostra que o processo social sempre tem contradições – e o nosso grande desafio naquele momento difícil e nesse momento também difícil como organização política é encontrá-las e acirrá-las ao máximo, buscando alianças na sociedade brasileira para a resistência a esses processos. É verdade que as características do processo atual são nitidamente mais destrutivas e ameaçadoras para os que vêem a educação como direito e não como mercadoria e a querem pública, gratuita e de qualidade, quando quebra-se a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, inclusive no setor público. É a requisição estrutural de uma tecnocracia limitada ao preenchimento de cadastros e a realização de metas quantitativas em detrimento da qualidade do atendimento aos usuários. Tal requisição é elevada à enésima potência e respondida por uma universidade operacional, como diz Marilena Chauí, sem qualquer autonomia relativa em relação à dinâmica do mercado.

Frente a este quadro, que envolve forças sociais extremamente destrutivas, a ABEPSS faz um chamado à participação nas ações que estamos desencadeando, todas elas no campo da resistência. Dentro disso, é fundamental estruturar essa entidade, aderindo à campanha de filiação da ABEPSS, meio pelo qual teremos condições de dar suporte à agenda tão difícil quanto instigante que temos pela frente.




[1] Incorporamos aqui parte da conferência realizada por Elaine Rossetti Behring, em Brasília, a convite do CFESS, no âmbito do Seminário Nacional Implicações da Contra-Reforma do Ensino Superior no Serviço Social e o Exame de Proficiência em Questão, em 13 de junho de 2008.

GREVE DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO DA REDE MUNICIPAL


APÓS GOLPE DA DIREÇÃO DO SITEM-JP NA ULTIMA ASSEMBLEIA, TRABALHADORES DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DECIDEM SE ORGANIZAR EM UM COLETIVO.


ACIMA O MANIFESTO QUE FOI LANÇADO NA ASSEMBLEIA DA CATEGORIA DO DIA 14 DE MAIO DE 2009 PELO COLETIVO DEMOCRACIA DE LUTA

quinta-feira, 7 de maio de 2009

INFORMES DO XXXII ERESS 2009


A nova Coordenação Regional eleita no XXXII ERESS de 2009 na UNICAP:


Bárbara Figueiredo (UFRN)

Gabriela Alves (UERN)

Ranieri Nery (UECE)

Fernanda Gurjão (UECE)

Bruno Raphael (UFPB)

Andréa (FATERN)


CHAPA: "NOSSO SONHO NÃO FAZ SILÊNCIO"

VEJA VÍDEO DAS ELEIÇÕES NO LINK: http://www.youtube.com/watch?v=ePO2zelKCak



PRÓXIMOS ENCONTROS

A escola sede do CORESS será a UFPB

A escola sede do próximo ERESS será a UFRN

A escola sede do próximo SRFPMESS será a UFPB